Por Adriana Fonseca

Vagas de emprego que trazem a informação do salário que será pago ao profissional devem ser avaliadas pelo candidato de acordo com esse valor. Não se deve assumir que a remuneração informada é passível de negociação, pois isso não é uma prática usual.

BAIXAR O GUIA SALARIAL

Claro que, normalmente, as empresas têm uma faixa de remuneração para cada cargo, mas o comum é contratar pelo valor anunciado e deixar uma margem para o gestor direto oferecer algum aumento nos primeiros meses após a contratação, em função de mérito e desempenho.

De qualquer forma, Carolina Cabral, gerente de recrutamento da Robert Half, explica que, se o candidato não pretende aceitar o trabalho pelo valor anunciado deve deixar isso claro logo no início do processo de seleção, informando a remuneração mínima para avaliar a proposta. “Aumentar o valor no decorrer do processo seletivo passa imagem de insegurança ou de que a motivação não é total para aquele emprego”, afirma Carolina. “Quando as condições ficam claras logo no início do processo de seleção, a empresa tem chance de avaliar se pode mexer na remuneração ou já deixar claro que o candidato não será avaliado. Assim ninguém perde tempo.”

Para o candidato negociar seu passe, é importante comparar o valor pretendido com os salários pagos por outras empresas do mercado. Uma boa fonte de consulta é o Guia Salarial Robert Half, que pode ser acessado gratuitamente. Além disso, Carolina dá outras dicas para negociar o salário inicial:

  • O candidato deve sempre traçar um comparativo do total da remuneração anual. O comparativo com a remuneração atual, por exemplo, não pode ser somente em relação ao salário mensal

  • Deve-se levar em conta o escopo da vaga. A vaga pode ter um pacote de remuneração muito parecido ou até menor do que o atual, porém, por outro lado, pode proporcionar um crescimento que hoje o profissional não vislumbra onde ele está.

  • Vale analisar também se o novo emprego trará outros benefícios, como o uso de um segundo idioma, mais exposição ou autonomia

“O profissional ganha no argumento quando ele analisa o contexto todo”, reforça a headhunter.

* Adriana Fonseca é jornalista, tem 15 anos de experiência na cobertura de carreiras, empreendedorismo e startups. Já publicou nos jornais Valor Econômico e Folha de S.Paulo e na revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios.